quinta-feira, 3 de novembro de 2011

4. AOS 13


Com 13 anos dei meu primeiro beijo na boca.
Olhem bem, 13 anos, mas pelo meu jeito de ser eu tinha uma incontestável fama de piranha. Só minhas amigas sabiam que eu não era nada daquilo, elas sim faziam e aconteciam [nem tanto assim, mas pelo menos faziam].

Ta, legal, parabéns beijou na boca Uhul..!
E daí... não parei mais [calma, não era tanto assim também né].

Eu tinha que fazer tudo escondido.

Não citei, mas eu fui praticamente criada pelos meus avós.
Meus pais trabalhavam o dia inteiro, e eu ia pra minha casa basicamente para dormir.
Nos fins de semana eu já não queria também ficar em casa, pois todos os meus amigos e paixonites eram do condomínio da minha avó.

Ahhhh... Minha avó.
Ta pra nascer mulher igual a essa, eu sou uma sortuda, sem dúvidas. Ela me educou e me ensinou a ter caráter.
Ela que sabia tudo o que eu gostava de comer, que fritava batatinha pra mim e fazia um bolinho de banana que nunca mais comi igual.

Jamais vou ser tão agradecida a alguém como sou por essa senhora maravilhosa que tenho o prazer de chamar de vó [mesmo ela estando mais pra mãe do que pra Vó]. Sem desmerecer meu avôzinho q sempre me tratou como filha também, sempre me deu de tudo, me mimou, me amou... E ai de quem mexesse comigo.

Ta aí uma das explicações do porque sou tão mimadinha às vezes, até hoje. Sou a típica menina “criada por vó”.

Mesmo aos 13 anos eu já tinha planos para morar sozinha, sempre fui independente e me achava muito madura.

Mal sabia eu que faltava muita coisa ainda pra sequer ser adulta, quanto mais madura...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

3. RECORDANDO

Cresci na Zona Norte do Rio de Janeiro [que de maravilhosa só tem as praias]. 
Sempre fui A revoltadinha, A estressadinha, A ovelha negra da família.

Legal né?

Não, não é legal. 
Isso só é sinônimo de “popularidade” quando se é uma pirralha que acha que ta tirando onda na escola andando com um short cravado na bunda e uma blusa cortada [para quando levantar o braço aparecer a barriga],  só esquecendo de reparar que as pernas eram finas demais para shorts tão curtos e o peito pequeno demais pra chamar atenção assim.

Querer imitar as gostosonas da escola não te faz ser uma delas, então eu resolvi ser A rebelde sem causa. Que parava na diretoria sempre, que xingava os professores, que jogava bolinha de papel junto com os meninos e matava aula no banheiro. 
Eu era legal, mas não tanto quanto parece.

Na verdade eu não tinha nada de popular na escola, só que pelo meu jeito de ser também não passava despercebida. Todo mundo sabia quem era eu, gostando ou não. Aqui e ali eu tinha amizade com um popular ou outro e disso eu sempre me aproveitava [ou tentava]. 
No fundo eu era só mais uma magrela querendo chamar atenção. 

O problema todo é que a “síndrome de chamar atenção” eu tenho até hoje, não é uma coisa que se escolhe, é uma coisa com que se convive.

Coitada da minha mãe, sempre foi boa demais pra mim.
Eu cansei de envergonhá-la... Mas calma, eu não era nenhuma “sem coração”, me incomodava isso [não sempre], mas sempre fui idiota demais para pedir desculpas. 
Eu era A foda!

Ahhh... doce ilusão.

Hoje, em dia eu até aprendi a pedir desculpas, mas não tão bem assim.
Sou um reflexo do meu passado, um pouco melhorada [ou não]. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

2. QUEM SOU EU HOJE?

Okay, não é a primeira vez que penso nisso ou que me sinto frustrada. Mas, eu não sou esse tipo de pessoa... Ah não. Eu busco acredito consigo. Quem foi que eu me tornei?

Um belo dia [noite na verdade] desses estava eu e minhas melhores amigas [e melhores companheiras de bebida também] bebendo algumas [várias] cervejas. Entre papo lá e papo cá rola aquelas discussões básicas que não dão em nada, mas te fazem refletir sobre si. Vão elas embora, eu bem pra lá de Bagdá, chamei meu marido [que ainda não me pediu em casamento] pra fumar um cigarro comigo.

Fui bem direta: “Fulano, vamos embora?”
Óbvio que ele ficou me olhando tipo “bebeu demais? Vamos pra onde?”.
Não dei tempo de resposta e expliquei: “Vamos amor, a gente junta um dinheiro pega tudo que der, vende tudo, faz vários empréstimos, arruma um emprego nos EUA ou Europa sei lá, e vamos embora. Eu, você e o bebê... Vamos viver!”.
Eu tinha aquele fio de esperança sabe que ele embarcasse na minha e se empolgasse, mas não.


Levei foi um bom balde de água fria, daqueles que a pessoa ainda te dá um sermão, bota problema em tudo e te tira como maluca.
Só sei que acabei a discussão em algum momento falando um bando de “Não fode, se você não vai comigo eu vou sozinha.. Vai tomar no cú”.

Foi uma decepção... O Fulano sempre foi de embarcar nas minhas e fazer tudo o que eu queria, me acostumou mal, a culpa é dele!

Me chamam de mimada, e quer saber?
Eu sou mesmo, e pior que eu, são vocês que aturam, permitem e gostam de mim assim.


Até porque, se não fosse assim, não seria eu.

Legenda:
Fulano – Meu marido
Bebê – Meu filho
Não custa nada evitar os nomes né?

Trecho da Música do dia:

“Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou o cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára...”

No próximo post, vamos do início... 
A minha história. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

1. ACORDANDO

Foi com 26 anos, um filho de 4, um “marido” [qual nunca pediu minha mão] e um empreguinho de merda que acordei pra vida.
Me peguei vendo sites americanos [obviamente usando o google tradutor] sobre as cidadezinhas de lá.
É, o típico “sonho americano”... Ás vezes eu sou brega, fazer o que?!

Uma casinha com gramado e cerca branca com as crianças andando de bicicleta na rua. Eu na varanda com um vestido leve [sempre arrumada demais para estar em casa] tomando uma taça de vinho branco.

Ta, SONHO eu disse, pois a porrada que senti em mim foi só mental. EU NUNCA CONSEGUIRIA AQUILO.
Dói não é? 
Quando você vê seu sonho bem de longe... E tem a consciência que é lá que ele vai ficar... No sonho.